segunda-feira, 24 de agosto de 2015

12x25

«Uma névoa de tristeza pairou nos olhos de Natél, porém o seu pensamento logo a conduziu para a imagem de Bostião e para as palavras que lhe ouvira um dia antes, deixando-a absorta e novamente enlevada. Sente-se feliz. O vozear de algumas crianças correndo no terreiro vem despertá-la. Alonga a vista na direcção do povoado, que o sol envolve numa doce e clara luminosidade.
Por essa hora, pela vereda aberta do capim que lentamente se vai içando à medida que a cacimba evapora ou escorre para o chão, as mulheres deviam já ir, em fila, na direcção da estrada, que se estende»

Orlando da Costa, O Signo da Ira (1961), 2.ª ed., Lisboa, Editora Arcádia, 1962, p. 25, ls. 1-12.

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