«Cada assunto, cada criatura, merecia-lhe um novo trabalho. E foi a vida do seu colega Bernardes que tivera uma filha que morrera tuberculosa; foi a vida superficial da Guida e a vida difícil da D. Maria; foi a história da D. Alda, a sua vizinha do 3.º andar, a quem todos os meses cortavam a electricidade e a quem todos os meses a porteira ia descompor, exigindo o pagamento da renda da casa ou os escritos nas janelas; foram histórias de criadas de servir, de ardinas, de vendedores ambulantes, de prostitutas, de velhos que saíam de noite pedindo esmola, de mulheres a dias... tantas, tantas vidas de gente que sofre, de gente que luta na esperança de melhores dias.»
Tomaz Ribas, Cais das colunas, Lisboa, arcádia, 1959, p. 25, ls. 1-12.
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