quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

este blogue hibernou

Estarei ali ao lado, e também aqui.

# 62 - HISTÓRIAS DO ZÉ PALÃO

Cinco historinhas de Zé Palão, amigo do narrador, que singrava até à Terra Nova, à pesca do bacalhau. Mas Zé Palão era também um mentiroso compulsivo e contava as aventuras mais mirabolantes, que nunca eram contrariadas pelo amigo, caso contrário não teria o que contar a quem o lesse. Trata-se de pequenos contos para crianças de Leonel Neves, publicados em 1977, bem conseguidos e valorizados pelo traço do excelente Tòssan.   4**** 

ficha:
Autor: Leonel Neves
título: Histórias do Zé Palão
edição: 2.ª
colecção: «Pássaro Livre» #9
editora: Livros Horizonte
local: Lisboa
ano: 1979
ilustrações: Tòssan
impressão: Lito. Amorim
págs.: 38

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

#61 - ADEUSAMÁLIA

Um entrecruzar das reminiscências do autor, natural de uma aldeia do concelho da Covilhã, com o percurso de Amália Rodrigues, também ela com raízes na Beira Baixa. Fragmentos que vão ao cerne, uma poética de memória pessoal e colectiva do real país que ouvia Amália cantar.   4****

ficha:
Autor: Manuel da Silva Ramos
título: adeusamália
colecção: «Fenda Luminosa» #18
editora: Fenda
local: Lisboa
ano: 1999
impressão: Silvas
págs.: 88
capa: foto de Amália por Silva Nogueira

#60 - A ESTRELA DO DESERTO

A mulher e a filha dum alto funcionário do Ministério da Justiça são violadas e barbaramente assassinadas. Homem seco e determinado, Mathew Montgomery põe-se no encalço dos suspeitos, de Washington até uma dessas cidades-estaleiro da construção do caminho-de-ferro, que, com os trabalhadores, atraem toda a espécie de escória humana. A Estrela do Deserto (1996) é um western negro, interessante mas batido, excepto num ou noutro pormenor. Desta dupla Marini-Desberg prefiro, apesar de tudo, a série O Escorpião. O desenho de Marini também não me empolga excessivamente, excepção para as vinhetas de exterior, muito boas, e as cores utilizadas, que servem muito bem a narrativa.   3***

ficha:
Autores: Marini & Desberg
título: A Estrela do Deserto I e II
apresentação: Carlos Pessoa
tradução: João Silva
colecção: «Grandes Autores de Banda Desenhada» #6
editores: Público e Edições Asa
local: Porto
ano: 2008
impressão: SOCTIP
págs.: 110

domingo, 28 de dezembro de 2014

#59 - LUGAR CAÍDO NO CREPÚSCULO

Romance em que as personagens são almas, almas que pouco fazia habitavam gente de carne e osso com os seus sonhos, esperanças, grandezas, fraquezas e misérias. Deambulamos pelo Limbo, entretanto extinto, o Purgatório, o Paraíso e o Inferno. Lugar Caído no Crepúsculo não é apenas um romance surpreendente e pouco apaziguador, é também um livro de João de Melo, no que isso significa de respeito pelo leitor, e por si próprio enquanto escritor, com prosa de elevadíssima qualidade, da melhor que se escreve entre nós.   4****

ficha:
Autor: João de Melo
título: Lugar Caído no Crepúsculo
editora: Leya / D. Quixote
local: Alfragide
ano: 2014
impressão: CEM
págs.: 255

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

#58 - O PÁSSARO DA CABEÇA E MAIS VERSOS PARA CRIANÇAS

Uma poesia inventiva e bem humorada ("comia coisas lindíssimas mas sem saber / mas ele queria lá sabor!" -- «Sopa de letras», p. 17) e um tom suave de quem conta e canta só para nós, como se estivéssemos ouvindo ler.   5***

ficha
Autor: Manuel António Pina
título: O Pássaro da Cabeça e Mais Versos para Crianças
edição: 2.ª
ilustrações: Ilda David'
editora: Assírio & Alvim
local: Lisboa
ano: 2014
impressão: Bloco Gráfico, Maia
págs.: 59

domingo, 14 de dezembro de 2014

#57 - WERTHER

O amor impossível de Werther por Charlotte (ou talvez os amores impossíveis de Werther e Charlotte). A intemperança, a melancolia que a contrariedade amorosa opera no protagonista, a que se junta a volubilidade dos estados de alma do indivíduo permeável pela Natureza, tornando-o presa de melancolia e paixão irracional e disruptora das convenções sociais, cujo desfecho terá forçosamente de fazer face a essa tensa comoção permanente em que vive.   4****

ficha:
Autor: J. W. Goethe
título: Werther
tradução: João Barreira
colecção: «Livros RTP / Biblioteca Básica Verbo» #8
editora: Editorial Verbo
local: s.l.
ano: s.d.
impressão: Gris Impressores, Lisboa
págs.: 188

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

livros que me apetecem

Amálgama, Rubem Fonseca (Sextante)
O Angolano que Comprou Lisboa (Por Metade do Preço), Kalaf Epalanga (Caminho)
As Avenidas Periféricas, Patrick Modiano (Porto Editora)
Cartas, Visões e Outros Textos do Sr. Pantaleão, Fernando Pessoa (Assírio & Alvim)
Desta Varanda, o Mar, Albano Martins (Simplesmente)
Diários de Viagem, Franz Kafka (Relógio d'Água)
O Livro dos Dias, Diniz Conefrey (Pianola / Quarteto de Jade)
Mar - Enciclopédia da Estória Universal, Afonso Cruz (Alfaguara)
Monte Cativo e Outras Ficções, Jorge de Sena (Guimarães)







quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

#56 - FOLHAS CAÍDAS

Garrett conhecera a baronesa da Luz em 1846 e neste cenário bravio de mar, serra e pinhais viveu e consumou esse amor. Quando se publicaram os poemas respeitantes a esta relação, um ano antes da morte do poeta, já tudo não passava de recordação agridoce. Ele fora o «Pescador da barca bela» enredado na rede da sereia da qual não quis fugir. Por isso, nesse ano de 1853, a Lisboa mundana tomara conhecimento, pelas referências directas a «rosa» e «luz», recorrentes no livro. «Cascais» ao evocar o êxtase duma poderosa relação carnal – era disso, essencialmente, que se tratava, enunciado noutro poema, «Não te amo» –, dá também nota do seu declínio. Ao «Céu na Terra», à consumação fragorosa da pulsão erótica num meio intocado – remetendo para a natureza primitiva e máscula da posse e da cópula –, sucede a prostração, remorso, desalento do fim: fim do prazer, fim do gozo do amor, fim da vida que se anuncia: «Inda ali acaba a Terra, / Mas já o céu não começa;». O arrebatamento de «Cascais» faz deste poema um dos grandes fragmentos da sinestesia romântica portuguesa e, com ela, da civilização europeia, que teve no Romantismo a possibilidade de o Homem confrontar e alardear a sua, ao mesmo tempo frágil e sublime, condição humana -- como se pode ver aqui   4****

Ficha:
Autor: Almeida Garrett
título: Folhas Caídas
colecção: «Livros de Bolso Europa-América» #241
editora: Publicações Europa-América
local: Mem Martins
ano: s.d.
impressão: Gráfica Europam, Mira-Sintra
págs.: 123

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

#55 - FRIEDRICH -- LA NATURALEZA Y EL INDIVIDUO EN EL ROMANTICISMO ALEMÁN



https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLDI1KfTdpfAWm4x5vxzqWjQmtyCbSEX4jg2g8hBAzUIXaOpHe48Jgghs7jFwdtqhyphenhyphenJ4bvjsbKUZjuNrrjNqV9e17u762vI3Dp97QOqGEQALj0ugknlDxkqCIln1rAtAykm5tRfAdCVP-E/s1600/RafaellaRusso-Friedrich.tifCaspar David Friedrich é um dos pintores do romantismo que chega aos nosso dias intacto no seu interesse. As paisagens idealizadas e as figuras enigmáticas mantêm um apelo e estimulam duma forma que já não sucede com muitos dos seus contemporâneos, inclusive aqueles que a historiografia mais apressadamente consagrou. É claro que continuamos a gostar de ver Delacroix e Gériculat, mas olhamo-los como pintores de época; já o mesmo não acontece, comigo, com Friedrich e Turner, que continuam a desafiar-me.
Sobre o livro em si, não direia grande coisa, a não ser que cumpre todos os requisitos para ser uma óptima monografia sobre este alemão do Norte, esquecido durante um século: as reproduções (algumas, infelizmente, reduzidas), a contextualização histórica, a análise pormenorizada de algumas obras.   5*****

ficha.
Autora: Raffaella Russo
título: Friedrich -- La Naturaleza y el Indivividuo en el Romanticismo Alemán
tradução: Victo Gallego
editora: Electa
local: Madrid
ano: 1999
págs.: 143