sexta-feira, 14 de agosto de 2015

12x25


«torpor. Quando as últimas pessoas saíram, levantei-me também. Constatei que seria provavelmente de chegar até à porta. Constatei ainda que me apetecia sentir na cara a brisa fresca da noite. Percorrer ruas da cidade até amanhecer. A chama do meu cigarro ao vento. E cair depois exausto na cama para um sono opaco como a morte. Mas a Maria José, a sua mão leve, segurou-me pelo braço e disse: fica mais um bocadinho. Repetiu que eu estava em péssimo estado e que não podia ir para o hotel assim. Compaixão, uma das coisas a que não resisto nos tempos que correm. Perguntou porque é que eu não ficava lá em»

Paulo Castilho, Fora de Horas [1989], 11.ª edição, Lisboa, Publicações dom Quixote, 2000, p. 25, ls. 1-12. 

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