Madalena, ex-tecedeira, tuberculosa irreparável, melancólica e triste pela doença, pela pobreza, pelo afastamento forçado do seu Pedro, ex-empregado de escritório, idealista que perdeu emprego, trabalhando agora longe da família. Madalena angustiada por não ter dinheiro para que o filho continue a estudar, nem para um par de botas ou material escolar -- para João, o Gaitinhas, miúdo sensível, sonhador (sairá ao pai?), feito para um lar feliz que a vida lhe roubaria -- «Manda o nosso filho para a escola. Sem instrução, será um escravo ou um vadio...» -- recomenda Pedro a Madalena, triste mulher do Beco do Mirante, pelo filho que queria ser doutor
Gaitinhas, pois, assim chamado pelo costume de imitar instrumentos musicais; tal como Maquineta (de sua graça, Manuel), pouco esperto mas de uma habilidade de mãos sem igual.
Arturinho, o menino rico que brinca com João; e o pai, o Sr. Castro, ricaço, patrão, capitalista, terratenente, para já previsivel e esquemático por detrás do seu charuto e da sua pouca paciência.
Gaitnhas, da escola para a Fábrica Grande, o mais comovente:
«Amava a vila como ninguém. E, no entanto, a sua infância flutuou entre o beco e o Mirante. Depois é que conheceu as ruas que o levaram à escola. Os outros rapazinhos brincavam lá em baixo, brincavam. Mas ele não deixava o seu castelo de sonho, onde nada lhe faltava, como ao príncipe da história linda que sua mãe contava à beira da enxerga...»
Sem comentários:
Enviar um comentário