quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

12x25


 II. ERUDITO E DÂNDI?

1. Pode avançar-se que seja comum a nomes e obras que habitualmente contextualizam Fradique -- Gomes Leal e António Nobre, por exemplo -- o dandismo. As cartas de Fradique, os seus bons mots, a sua mesma ausência de obra -- a obra de Fradique é Fradique -- fazem parte de uma estratégia de entrada por efracção num cânone (ou na constelação de nomes próprios que a esse cânone correspondem), corrigido aqui, caso a caso, pela "atitude exacta" que provém do gosto (e Fradique é uma passagem da Geração de 70 aos Vencidos da Vida). A própria prosa sonhada por Fradique ou a sua visão excepcionalmente discriminante, na medida em que se definem, definem-se por relação a essa estética da exacta excepção.

Américo António Lindeza Diogo e Osvaldo Manuel Silvestre, Les Tours du Monde de Fradique Mendes: A roda da História e a Volta da Manivela, Sintra, Câmara municipal, 1993, p. 25, ls. 1-12. 

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