segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

12x25

[con]cordo que isso possa ser ridículo, «mas que me deixem em paz».
     Polina Aleksandróvna insistiu em que eu partilhasse com ela os ganhos do dia em partes iguais, e deu-me oitenta fredericos de ouro, propondo-me que continuasse a jogar nessa condição. Recusei completa e definitivamente a metade e disse-lhe que não podia jogar para outros, não porque não quisesse, mas porque de certeza perderia.
     -- Pois também eu, por mais tolo que isso possa ser, já quase só tenho esperança na roleta -- disse ela, pensativa. -- E por isso você deve sem falta continuar a jogar a meias comigo, e, é claro, vai continuar. -- E afastou-se de mim,

Fiódor Dostoievski, O Jogador -- Memórias de um Jovem, trad. António Pescada, Lisboa, Biblioteca de Editores Independentes, 2007, p. 25, ls. 1-12. 

Sem comentários:

Enviar um comentário