nervo, E as costuras são como os nervos das velas, pensou a mulher de limpeza, contente por estar a aprender tão depressa a arte de marinharia. Achou esgarçadas algumas bainhas, mas contentou-se com assinalá-las, uma vez que para este trabalho não podiam servir a linha e a agulha com que passajava as peúgas dos pajens antigamente, quer dizer, ainda ontem. Quanto aos outros paióis, viu logo que estavam vazios. Que o da pólvora estivesse desmunido, salvo uns pozinhos negros no fundo, que primeiro mais lhe pareceram caganitas de rato, não lhe importou nada, de facto
José Saramago, O Conto da Ilha Desconhecida (1998), 2.ª ed., Lisboa, Editorial Caminho, 2005, p. 25, ls. 1-12.
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