terça-feira, 19 de março de 2013

Para o fim do Verão daquele ano vivíamos numa aldeia que, para lá do rio e da planície, confrontava as montanhas.

Para o fim do Verão daquele ano vivíamos numa aldeia que, para lá do rio e da planície, confrontava as montanhas. No leito do rio havia seixos e pedregulhos secos e brancos ao sol e a água clara corria suavemente pelos canais. Passavam tropas em frente da casa e desciam a estrada, e a poeirada que levantavam cobria as folhas das árvores. Os troncos das árvores estavam também cobertos de pó e as folhas caíram cedo naquele ano e víamos as tropas marchando pela estrada fora e o pó que se levantava e as folhas levantadas pela brisa caíam sobre os soldados em marcha e depois a estrada deserta e branca sem nada além das folhas.

Início de  O Adeus às Armas  (1929), de Ernest Hemingway, trad. Adolfo casais Monteiro, Lisboa, Editora ulisseia, s.d. 

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