Em Er-leben [viver ou assistir a] existe um sentido primitivo de carácter activo, tal como em Er-reichen [atingir], Er-eilen [alcançar]; mas já ninguém o ouve e fizemos daí uma mera forma passiva.
Transfere-se facilmente (diz algures Hebbel) o respeito pelo elemento que é do domínio de uma pessoa para essa mesma pessoa. Ele di-lo com referência especial a Adam Müller e Gentz, mas acerta aqui em algo que constitui uma verdade geral.
Argos, com os seus cem olhos, era um ser sem ocupações, como o seu nome indica [a palavra grega argos significa «inactivo»]. Não é, por isso, motivo de glória que um espectador possa ajuizar melhor de certas coisas que aqueles que as têm entre mãos; e para estes não é nenhuma vergonha se melhorarem a sua forma de manipular as coi-[sas]
Hugo von Hofmannsthal, Livro dos Amigos, trad. José A. Palma Caetano, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002, p. 25, ls. 1-12.
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