Do grotesco hilariante. Tcherniakov, modesto funcionário público, não percebe que, num ligeiríssimo incidente com um general, num teatro (espirrou-lhe inadvertidamente para cima), este possa encará-lo com a displicência que se dispensa a uma ocorrência desagradável, mas sem gravidade. O respeito de Tcherniakov pelo lugar de cada um na sociedade, presume que o incidente carece de maiores justificações e desculpas do que as que o general consentiu em receber, escrúpulo que o torna impertinente até ao absurdo, por forma a fazer-se escorraçar pelo furibundo militar. A ausência de discernimento terá como consequência o pobre Tcherniakov vir a ser tratado com a aspereza consentânea com a sua insignificância, situação que, obviamente, muito o desconsertará.
o incipit - «Numas maravilhosa noite, o não menos maravilhosos amanuense Ivan Dmitrivich Tcherviakov assistia, na segunda fila da plateia, à opereta "Os Sinos de Corneville!.» (tradução de Andrei Melnikov, Moscovo, Edições Ráduga, 1977.)
Sem comentários:
Enviar um comentário