sábado, 23 de agosto de 2014

leituras de 2014- #41 PSICOPATOLOGIA DA VIDA QUOTIDIANA

Porque isto é um blogue de notas de leitura, não me eximo a alinhavar umas quantas impressões a propósito deste livro, por muito que me sinta -- e sinto -- impreparado para ir além da superfície do texto.
Já agora adianto que não tenho resistido à tentação, um pouco pedante, de classificar, recorrendo às famigeradas estrelas. Neste caso, com uma margem de liberdade, inversamente proporcional a qualquer escrúpulo que pudesse ter, uma vez que as estrelas significam apenas o eco que a leitura de cada livro teve em mim, e não a veleidade de atribuir-lhe um "valor", para o que, neste e noutros livros, não tenho competência para fazer.
Disto isto, Psicopatologia da vida Quotidiana (1.ª edição, 1904) consiste num tratado sobre as incidências do lapso, do esquecimento, da ilusão da memória -- daquilo a que o senso comum assimilou no último século como acto falhado, nas pessoas cujo comportamento é considerado normativo, e nos quais Freud identifica variadíssimas razões para a intervenção do subconsciente nessas armadilhas quotidianas.
Houve dois aspectos que me impressionaram enquanto leitor: primeiro, a coragem do autor em dar-se a si próprio como exemplo, em numerosas ocasiões; ou as múltiplas vezes em que esses foram recolhidos na Literatura, evidenciando que, antes da psicanálise, os escritores (os poetas, na expressão de Freud) já haviam intuído que por detrás de acções e comportamentos aparentemente anódinos ou acidentais com desfechos dramáticos, poderia haver uma intenção inconsciente.   4****

Ficha:
Autor: Sigmund Freud
título: Psicopatologia da Vida Quotidiana
tradução: José Marinho
editora: Relógio d'Água
local: Lisboa
ano: s.d.
impressão: Tilgráfica
capa: Fernando Mateus
págs.:  309

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