terça-feira, 10 de junho de 2014

leitura de 2014 - #28 HAVIA

Conjunto de narrativas breves, todas começadas pelo pretérito imperfeito do verbo haver. A capa desafia logo o leitor, seguindo-se a apresentação da autora («Havia uma escritora de contos curtos onde não cabiam narrativas compridas.») Por aqui se nota o ludismo, o brincar com as palavras e os conceitos, a inventiva que atravessa todo o livro, o jogo com o absurdo -- aliás, o primeiro conto começa assim: «Havia um absurdo que não ouvia nada bem» Por vezes, quando tudo parece resolvido e com final feliz ou edificante, dá-se uma reviravolta na página seguinte, com remate ora irónico, ora malicioso, por vezes sardónico... como sucede com aquela cidade desconhecida: «Havia uma cidade que ninguém conhecia porque permanecia anónima. Um dia um paparazzo apanhou-a nua, num barco de férias, ao lado do presidente da câmara da cidade rival. Ficou logo famosa.» (p. 34)   4****

ficha:
Autora: Joana Bértholo
título: Havia
subtítulo: Histórias de Coisas que Havia e de Outras que Vai Havendo
local: Lisboa
editora: Caminho
ano: 2012
impressão: Mirandela - Artes Gráfica
ilustrações: Daniel Melim
capa: Rui Garrido
págs.: 168
tiragem: 1000

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