«O rio Minho tem um afluente que se chama Coura e nasce entre pedras como um fio de água. Andam-lhe à roda pinheiros distraídos debaixo do céu, que é sempre azul e luminoso, e matam nele a sede os lobos e as rolas. A água corre sem ter tempo de colher estas imagens, feita espuma, de penhasco em penhasco. Vai engrossando, sem se saber bem porquê, no declive da montanha e, à medida que desce e aumenta, vai-se tornando mais séria. Começa por brinquedo que serve de brinquedo a algumas rãs, acaba em pai-»
António Pedro, Apenas uma Narrativa (1942), 2.ª ed., Lisboa, Editorial Estampa, 1978, p. 25, ls. 1-12.
Sem comentários:
Enviar um comentário