domingo, 31 de maio de 2015

o princípio em 1960: «Por cima da estrada real, nem a sombra de uma nuvem põe um remendo no buraco do céu.»

É este o início do, creio que único, romance de Antunes da Silva, Suão, de 1960. Um bom começo. Do vento, sabe-se que transporta uma vaga de calor sufocante que transtorna as pessoas, mesmo os que o conhecem bem, como sucede com os alentejanos.
O título é excepcional: uma palavra apenas com um feixe de implicações; tal como esplêndida é a capa da minha edição -- da autoria de Octávio Clérigo --, a primeira, saída no óptima colecção de bolso da velha Portugália Editora.
Lembro-me de que gostei da primeira vez que o li, sem que atingisse a poética depurada dos romances de Manuel da Fonseca, provavelmente o maior escritor alentejano do século XX.
Enquanto não me aborrecer, vou andar às voltas com ele e com outros.

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