domingo, 5 de janeiro de 2014

Saumur

«Há em certas cidades da província casas cuja visão inspira uma melancolia igual à que nos causam os claustros mais sombrios, as charnecas mais estéreis ou as ruínas mais lúgubres. Talvez haja nestas casas, ao mesmo tempo, o silêncio do claustro, a aridez das charnecas e a desolação das ruínas. Nelas a vida e o movimento são tão tranquilos, que um estranho as julgaria desabitadas, se não encontrasse de súbito o olhar pálido e frio duma pessoa imóvel, cujo rosto meio monástico assoma a um parapeito, ao ruído de um passo desconhecido.»

Balzac, Eugénia Grandet (1833)
tradução: Jorge Reis

É improvável que um livro que começa desta forma não seja um grande livro. E é mesmo.

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