sexta-feira, 7 de março de 2014

leitura de 2014 - #12 JORNADA CULTURA E TURISMO


Se, como prática, o Turismo não é coisa que me entusiasme, a verdade é que a sua importância económica e as evidentes interacções com a Cultura são inegáveis, o que (me) aconselha a um olhar menos snobe e preguiçoso. (Até porque sou perfeitamente capaz de me meter num comboio (evito o avião...) para visitar uma retrospectiva do Goya no Prado; ou, tivesse outro à-vontade dentro dum Airbus, sobrevoar a Mancha para ver vikings em Londres... -- o que talvez faça de mim um turista, afinal.)
Vem isto a propósito da leitura das comunicações deste livrinho, jornada realizada em 2012, em Cascais (concelho berço do moderno Turismo em Portugal, a partir do Estoril). Da intervenção mais política e prospectiva de Carlos Carreiras, actual presidente da Câmara, alicerçada num efectivo trabalho no terreno  (e aqui testemunho-o como munícipe); passando pelo ponto de situação de certo modo desencantado de Vasco Pinto Leite («O estado da Cultura em Portugal»), a abordagem crítica e metodológica de Maximiano Gonçalves («A comunicação do objecto cultural») e o balanço do derradeiro presidente da entretanto extinta (!) Junta de Turismo da Costa do Estoril, Duarte Nobre Guedes.
Fecha Licínio Cunha, antigo secretário de Estado do Turismo e ex-presidente da referida Junta, com um bom ensaio de problematização deste binómio Cultura-Turismo, também nas suas evidentes implicações económicas (dinamização de que o país precisa como de pão para a boca) e cívicas, pois, se nos especializamos em acolher, temos de tratar da casa, o que, no campo cultural, implica não deixar o património ao abandono, como demasiadas vezes sucede.   3***

ficha
autores: vários
título: Jornada Cultura e Turismo -- Comunicações
editora: Fundação D. Luís I
local: Cascais
ano: s.d.
págs.: 42

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